Chuva ao entardecer - Sintra

Autor: 
Real Bordalo
Preço: 
250 €

Real Bordalo é um "pintor de Lisboa", cidade onde nasceu, em 1925.

O seu talento para o desenho e pintura manifestaram-se muito cedo, tendo, com apenas 16 anos, sido admitido como pintor profissional, na Cerâmica Constância Faiança Bastitini. Teve ainda uma experiência de sucesso ne cenografia, onde trabalhou com Leitão Barros na Tobis e na Lisboa Filmes, em diversas películas portuguesas. Foi ainda desenhador técnico, retocador de rotogravura e desenhador maquetista, no Diário de Notícias. Decidiu-se, finalmente, a frequentar as aulas na Sociedade Nacional de Belas Artes, tendo como mestres em aguarela Alberto de Sousa e Alfredo Morais e no pastel Domingos Rebelo.

Ao longo da sua carreira, Real Bordalo realizou dezenas de exposições individuais e colectivas.

O êxito obtido, de que são testemunhos os prémios concedidos (diversas medalhas e menções honrosas e alguns prémios de mérito) levou-o a dedicar-se inteiramente às actividades artísticas. A sua primeira exposição individual de aguarelas e pastel foi no Casino da Figueira da Foz (Salão Nobre), em 1952. O sucesso que alcançou justificou a sua integração no Grupo Português de Aguarelistas e mais tarde no grupo dos Artistas Portugueses, o que lhe permitiu continuar a realizar exposições em diversas cidades do país, mas também no estrangeiro: Madrid, Sevilha, Paris, Estocolmo, Rio de Janeiro e Nápoles.

Rota do Românico do Vale do Sousa

Viajar pela região do Sousa é regressar à história do nosso País. O grupo do ACMP partiu de Lisboa com uma excelente guia que nos foi introduzindo na situação geográfica da Rota do Românico em Portugal, a sua história desde a época pré-histórica a sua importância, o património dos séculos X a XII na forma de igrejas e mosteiros muito bem conservados e recuperados. São 21 monumentos em pedra, edifícios de importância social nas comunidades rurais que se estendem por Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel.

Não basta ver nos livros ou brochuras. Importa ir e apreciar a beleza do local, o verde das terras salpicadas de casas, de vinhas, de rios, de gentes genuínas que mantêm as suas tradições. A gastronomia é rica e variada, sabores e cheiros únicos incluindo o famoso vinho verde da região. É exemplo disso a tibornada, a cebola de vinho, os enchidos, compotas e doces regionais (Pão-de-ló de Margaride, cavaco, sopa seca) um sem fim de guloseimas...

A arquitectura da idade média era sóbria mas existiam Mosteiros situados em lugares de grande valor paisagístico. O estilo românico tem a sua maior expansão com a estabilidade política, o culto das relíquias e as peregrinações. É uma arquitectura religiosa e em Portugal corresponde a uma reorganização territorial.

Fundamental é apreciar "in loco". Inserida na paisagem tem uma beleza extraordinária. No Vale do Sousa a arquitectura românica apresenta características muito próprias onde os elementos decorativos são vegetalistas.

Saímos para um passeio de quatro dias, ficámos alojados em Penafiel, no hotel Penafiel Park Hotel muito agradável.

O programa incluía as visitas guiadas, o almoço em restaurantes de comida confeccionada ao estilo do Norte.

Começamos no Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro onde foi feita uma apresentação iconográfica dos monumentos do Vale do Sousa seguido da visita e explicação detalhada deste. Seguimos para o Mosteiro de São Vicente de Sousa. A escultura do portal é um testemunho valioso da originalidade do românico português. Depois de um almoço com as especialidades da zona, seguimos para a Igreja de São Mamede de Vila Verde. Muito bem situada com uma vista fantástica sobre o vale de Vila Verde. O destino seguinte foi a Torre de Vilar símbolo do poder senhorial sobre o território. Neste momento tem o centro interpretativo da rota do Românico. Terminamos o dia com a visita aos jardins da Casa de Juste. No final um chá convívio com bolinhos e compotas caseiras...

Quinta da Aveleda, restaurante Segredos da Terra, casa histórica de pão-de-ló de Margaride foram os locais de prova de vinhos, da doçaria e outras iguarias.

O museu de Penafiel muito bem organizado, foi visitado com guia, permitindo uma explicação exaustiva dos vários objectos expostos.

O Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, monumento beneditino, é um dos mais importatntes da arquitectura românica do Vale do Sousa com colunas prismáticas nos portais, padrões decorativos vegetalista tendo sido apelidado de românico nacionalizado. O Túmulo de Egas Moniz lindíssima peça de arte pena é que não esteja bem cuidada...

Assistimos a uma desfolhada, danças e cantares apresentadas pelo Rancho Folclórico de Nogueira e que nos presentearam com um "banquete". Gente amável e criativa que sabe receber quem os visita.

Tivemos a actuação dum grupo de Penafiel com um canto gregoriano na bonita Igreja de Cête, do século X. O interior da capela foi revestido com azulejos policromados muito bonitos com um cromatismo que utiliza o azul, o verde e castanho. O Mosteiro de São Pedro de Ferreira anterior a 1182 tem uma qualidade assinalável na escultura de capitéis.

De caminho visitamos o museu da Broa e moinhos bem conservados e a funcionar.

Vimos a Igreja Românica mais pequena da Península Ibérica em Boelhe. A Igreja de S. Gens de Boelhe é uma jóia bem conservada com uma só nave. A concepção escultórica dos capitéis deste portal é a expressão viva do românico rural. A fundação desta é atribuída à filha de D. Sancho I a Beata Mafalda.

Na Igreja de São Pedro de Abragão vemos os capitéis que são um testemunho da maneira românica de esculpir. A fachada principal e nave inserem-se na corrente maneirista mas de gosto austero e há também elementos de gosto barroco nos altares colaterais.

Toda a viagem foi agradável, os horários cumpridos e as explicações mantiveram o grupo atento e interessado.

O convívio e cultura conjugaram bem nesta viagem. Outras realizações como esta serão feitas pelo ACMP. Os sócios devem estar atentos.